segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Quem somos nós

Não sou o tipo de pessoa religiosa, não vou a missa, não rezo todas as noites, e não concordo com muitos dos princípios da igreja católica (religião em que fui batizada). Mas isso não me torna uma pessoa cética. Além de ter uma inclinação e simpatia pelo Budismo, acredito em algo muito maior do que doutrinas ou pregações. Acredito no bem, na energia direcionada e no pensamento positivo. Medito, para me conectar com os anjos, que, mesmo sem vê-los ou mesmo aos que não crêem, eles estão ai, dispostos a nos ajudar, de acordo com nossa real intenção. Assim sendo, acredito cada vez mais no poder do pensamento e das palavras.
Sem um estudo profundo ou base científica, não saberia dizer neste momento se toda essa filosofia (logo ai embaixo) é crendice, é embromação, conversa para boi dormir ou se é mesmo física quântica, realidade possível, ciência e razão. Más, independente de ser crédulo ou não, sempre acreditei que a mente e as palavras possuem um poder de mudança, de realização que muitas vezes nem nos damos conta e nem percebemos o real motivo de certos acontecimentos.
De qualquer maneira assisti ao filme “quem somos nós” e não me contive em escrever algumas das considerações sobre o que entendi, não entendi, ainda vou entender, ou sobre o que eu nunca vou entender (não! Não estou falando dos homens!!!).
Voila!
A realidade em que vivemos, é uma entre diversas possibilidades. O mundo interno é quem identifica e filtra o mundo externo. Assim é criada uma estrutura para as situações que nos são apresentadas e que constituem as relações entre os neurônios. Quando essas relações ocorrem repetidamente, gera-se assim um condicionamento às respostas habituais e acabamos acreditando que esta é a verdadeira realidade. Sempre que reagimos a uma situação de forma habitual, estamos reafirmando e recriando o caminho de percepção do nosso cérebro fazendo assim as mesmas associações de neurônios, estabelecendo o que é realidade para nós. Cria-se um caminho, que quanto mais usado, mais habitual e corriqueiro ele se torna. Porém os neurônios estão soltos e, entre eles existe o espaço, com infinitas possibilidades. Assim sendo, somos nós que recriamos sempre as mesmas realidades, as mesmas ligações entre os neurônios, recriando sempre o mesmo caminho de percepção da realidade.
As emoções podem ser comparadas às nossas reações químicas. Através de delas, as nossas emoções, cargas químicas são levadas às células por meio de receptores celulares, e estas reações viciam, assim como as drogas. Então, ficamos viciados, condicionados a certos padrões de relacionamento, de realidade.
Muitas vezes nos perguntamos, ou escutamos outras pessoas sempre reclamando de que “só me envolvo com homem casado” ou “só me aparece doida”, ou então “não vou resistir, não consigo fazer dieta”. São palavras que vamos pronunciamos, sem nos dar conta de seu potencial, e sem percebermos que estamos recriando novamente a mesma realidade, o mesmo padrão de comportamento, de acontecimentos.
Novas atitudes, novas percepções e também nova relação entre os neurônios e os receptores celulares constituem o trabalho para a transformação. Para isso é necessário gerar uma energia de mudança e viver experiências positivas para querer repeti-las.
Mesmo que o nosso condicionamento nos mostre sempre o mesmo e habitual caminho, aquele que já conhecemos e no qual estamos viciados, devemos acreditar que existem outras possibilidades. Assim, devemos sempre atualizar a recepção de nossa realidade e deixar de traçar sempre a mesma estrada, a mesma direção. São as nossas reações emocionais que reforçam nossas crenças sobre nós e sobre o que é realidade.
As situações em que vivemos surgem do espaço com suas diversas possibilidades, e é dele que as coisas vão ganhando força e forma conforme a qualidade de nossa intenção.
Nossa dependência química emocional e gerada pelo nosso condicionamento e ela pode ser desconstruida pelo espaço das diversas possibilidades. Desconstruir é perceber este condicionamento e livrar-nos do vício das amarras. É estar atento a sensação das situações que surgem, como situações corriqueiras e não nos entregarmos aos antigos rótulos e padrões a que estamos condicionados.
O caminho para esta desconstrução consiste em agüentar a crise de abstinência sofrida pela retirada química de nossa projeção do que é realidade. Temos que segurar a onda e não nos entregarmos ao que já estamos acostumados e que acreditamos ser a realidade. É necessário não responder ao impulso do que já está gravado e surge como um pensamento natural. Devemos resistir à tentação de acreditar que o que vivemos é a realidade e que as coisas são assim mesmo.
Devemos então nos concentrar em nossas intenções e direcioná-las positivamente.
È no espaço das infinitas possibilidades, onde os neurônios se encontram soltos que construímos ou destruímos a cada momento a nossa realidade. Sendo assim, não precisamos de uma realidade já condicionada, pois temos a todo o momento várias possibilidades e vários caminhos a serem criados.

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